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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Diga às pessoas a verdade, não o que elas querem ouvir!


Claro que gostava de ter sempre boas previsões para os meus clientes, mas infelizmente nem sempre é possível. A vida é feita de altos e baixos, embora nós gostássemos muitas vezes, quando metidos em confusões e dificuldades, que, tal como uma linha recta, a nossa vida seguisse linearmente sem atropelos.

Quando me procuram para saberem se vão encontrar um novo amor ou um emprego, e vejo que as cartas não são boas, tento sempre dizer às pessoas para não desistirem, mas nunca digo o que elas esperam ouvir.

Em tempos fui a uma cartomante, numa altura complicada da minha vida - sim, porque também sou humana e tenho problemas - e percebi claramente que ela me disse aquilo que eu queria ouvir, e que naturalmente não se veio a concretizar.

A leitura da borra do café

Claro que fiquei a aguardar e depois senti raiva da mulher! Nunca mais lá pus os pés, mas não lhe desejo mal. Com o passar dos anos percebi que nem tudo o que é visto nas cartas se concretiza (tema que teremos oportunidade de reflectir noutro post).

Mas esta experiência fez-me prometer a mim própria não fazê-lo a ninguém. "Não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti."

Há cerca de um mês veio uma cliente à minha casa, precisamente para saber do futuro profissional. As previsões não eram satisfatórias, para o futuro próximo, e tentei animá-la, aconselhando-a a não desistir de procurar emprego.

Relativamente ao campo amoroso, notei que ela estava bastante confusa e não se estava a empenhar na relação como o parceiro. Além do mais a carta "caixão" apareceu diversas vezes, indicando, na minha perspectiva que se não houvesse uma mudança de comportamentos e atitudes na relação, esta poderia terminar, visto estar esgotada.

Mas a cliente não ficou satisfeita e perguntou-me se eu não via um casamento e filhos, pois há seis meses atrás havia ido a uma cartomante que lhe tinha dado essas informações.

Como reagir perante isto? Não vi nenhum casamento nem filhos a caminhos, até porque a relação dela com o namorado estava em queda. Perguntei-lhe se o rapaz lhe pedisse em casamento se ela aceitaria, ao que ela respondeu que não. Aqui estava a resposta!

Mas tal como pressenti que a cartomante há uns anos atrás me estava a mentir, também pressenti que ela não havia gostado da consulta e provavelmente nunca mais dará sinal de vida.


Uma coisa que ainda não entendi é como pessoas que se dedicam ao ofício da cartomancia conseguem ver coisas que vão acontecer daqui a 5, 10 anos (segundo elas), quando sei, pelas minhas pesquisas que o tempo não é linear e o consulente é que faz o seu próprio destino. Além do mais, em cartomacia as previsões não vão além de 6 meses, 12 meses no máximo (com o método da mesa real ou grande roda, que faz recurso às 36 lâminas do baralho).

Lembram-se da história da traição? E se a cartomante predizer que a sua relação maravilhosa vai terminar porque você vai encontrar outra pessoa? Dá que pensar... e maniar...

Por isso, dedicar-se à cartomancia é um assunto bastante sério. E por mais complicada que seja a previsão do consulente, dê-lhe força e mostre os possíveis caminhos que ele poderá tomar. E jamais invente para ele sair bem da sua beira!


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