A Casa

"Quem casa, quer casa", diz o ditado popular.

Pessoalmente gosto de permanecer o dia inteiro em casa. Quando digo às pessoas que fiquei mais de uma semana, praticamente sem sair de casa, apesar de não dizerem, acham-me esquisita.

A minha casa transmite-me calma, paz, tranquilidade e harmonia. Como o ambiente está livre de más energias - tento sempre limpar o ar com incenso e velas de sal e arruda - sinto-me bem quando me encontro nela.

Mas também gosto de estar na casa da minha mãe, local onde vivi durante 30 anos - excluindo naturalmente os anos que estive a tirar a minha licenciatura em Lisboa. Fechada no quarto as horas passam e eu nem dou por isso, pois estou sempre ocupada. Mas com o quê, gostam as pessoas de saber. A estudar, a ler, a ouvir música, a escrever...

E quando estou na minha casa, além do que acima referi, atendo pessoas que precisam de orientação e limpo a casa (embora gostasse de dispensar as limpezas!).

A carta n.º 4 do Baralho Cigano, A Casa, fala-nos de um local onde encontramos tranquilidade, harmonia, paz de espírito e, acima de tudo, onde podemos contar com o apoio e auxílio daqueles que nos são mais próximos (familiares, amigos, vizinhos).

Para mim, a minha casa é o meu local de refúgio, enquanto que para outros o local de trabalho, a escola, uma igreja, um centro espírita, etc., é a sua casa. Portanto, a casa é o lugar onde nos sentimos bem, é aquele sítio que nos proporciona equilíbrio e onde vamos abastecermo-nos de energia para enfrentar com vigor as várias lutas que a vida nos apresenta.

Gosto bastante desta carta, quando sai no sentido positivo. Pois quando negativa, mostra que a pessoa sente-se mal, desadaptada, em casa ou naquele lugar que considera casa, e por esse motivo às vezes sente necessidade de escapar para outro lugar sentindo-se bem somente quando longe. A carta indica que a desarmonia e o desentendimento reinam, e que os que nos são mais próximos por algum motivo não nos apoiam, o que acaba por nos afectar psicologicamente e emocionalmente.